sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Os novos dados sobre o aborto

Estava eu a ler este artigo no Jornal de Notícias quando me saltou à vista o seguinte facto: "Só em 2010 houve 4.651 repetições de aborto, das quais 978 representaram duas ou mais repetições, revela o estudo, que usa dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Estatística (INE), até 2010.
No ano em que o aborto foi despenalizado, 1.270 mulheres reincidiram, 306 das quais duas ou mais vezes. O número de mulheres que fizeram mais do que um aborto passou para 3.549 em 2008 e para 4.004 em 2009."

Há aqui qualquer coisa errada... quando a lei do aborto despenalizado até às dez semanas foi aprovada, tinha esperança que por trás desta medida surgisse o planeamento familiar como obrigatoriedade para um acompanhamento da mulher, por forma a que novos casos de aborto não se repetissem. 
Esta (triste) realidade precisa de ser mastigada, ruminada, digerida e rapidamente modificada. Estamos a falar da opção do aborto como método contraceptivo, tal e qual como aconteceu com a pílula do dia seguinte. 
Apesar de não condenar quem aborta por livre e espontânea vontade, até porque acredito que é um processo muito penoso para a maioria das mulheres que aborta, revolve-me as entranhas quando há pessoas que se tornam reincidentes. E, infelizmente, uma minoria não é reincidente uma vez, apenas! 
Há que estabelecer regras! O aborto é totalmente custeado pelos nossos impostos. No SNS quem decide abortar não tem que suportar qualquer custo. Quem quer engravidar, paga! No SNS quem quer abortar pode fazer quantas IVG queira. Quem quer engravidar tem limite! Vá, eu sei que a logística entre um aborto ou uma concepção medicamente assistida é diferente e os custos implicados são substancialmente diferentes, mas trata-se de uma questão de saúde pública, de justiça. Há que repensar na política de educação sexual, há métodos contraceptivos a roçar os 100% de segurança, além que de todos os Centros de Saúde têm pílulas e preservativos gratuitos!
Há que chamar a atenção para isto, para que as coisas se alterem um pouco e sejam feitas como deveriam...

1 comentário:

  1. Sou a favor de se ter a possibilidade de abortar, mas também me parece errado e altamente irresponsável quando é repetido. Vêm para as notícias dizer que a natalidade em Portugal é a mais baixa de sempre, mas depois as ajudas para quem não consegue engravidar naturalmente são o que se vê...

    ResponderEliminar